Trago nas mãos vazias
Unhas tortas, grandes
Dedos nus, nodosos,
Umas vontades;
Tenho apenas as mãos.
Estão vazias, abertas.
Nos braços longos,
Pontas distantes,
Dedos recolhidos
Apertam uns sonhos,
Minhas mãos,
Expostas aos meus olhos
Que lembranças guardam?
Linhas superficiais… lisas
Entrecortadas por rios
Secos, sem destinos ou sorte.
Olhar parado…olhar longo
Como mudam tão rápidas!
Tão rápidas que… serão minhas?
Minhas mãos à frente respondem
Aos mais íntimos comandos.
Como antenas angustiadas:
Sim, minhas mãos sou eu!